Adoro experimentar novos sabores, novos ambientes… Foi assim que conheci, ontem, o restaurante Quintal da Vila, em Brasília. Estava com a família reunida e para evitar que entrássemos todos e o local frustrasse alguns, desci do carro, dei uma olhada no ambiente e voltei para confirmar se ficaríamos. O que nos animou a conhecer o restaurante foi, principalmente, a cordialidade dos garçons e ter no cardápio do dia um prato que todos nós gostamos: moqueca.
Ao entrar, escolher a mesa, receber de cortesia caldinhos de feijão e ter aquela sensação boa de ter acertado no local, tivemos a péssima notícia que a moqueca tão desejada tinha acabado. Deu aquela vontade de ir embora, mas fiquei meio desajeitada por já estar instalada e me deliciando com o caldinho. Essa sensação de mal-estar durou pouco, aliás quase nada, pois o mesmo garçom que nos recebeu foi apresentando uma lista de alternativas e opções pelo mesmo preço da moqueca. Aceitamos a proposta, embora um pouco decepcionados, mas logo depois ao servir os pratos, ele ainda acrescentou que a casa tinha decidido nos dar um desconto, porque, afinal, o frango e o filé não eram a nossa primeira escolha. Em seguida, a proprietária do restaurante, também, veio e se desculpou. Explicou que não esperava tanta demanda nesse período de Natal e Réveillon, quando muitos brasilienses saem de férias. Raquel não foi apenas educada conosco, ela despejou simplicidade, generosidade e simpatia durante todo o nosso almoço. Apesar da minha reação positiva, ela queria ter certeza que estávamos contentes.
Ao final do almoço, ganhamos uma dose de cachaça, que eu recusei pelo teor alcoólico; um delicioso café coado na hora e uma amiga. Raquel e sua família inteira ganharam o nosso coração. Não era, simplesmente, o lucro que ela buscava, era criar um relacionamento. Assim, ela ganhou meu respeito como cliente e a certeza que voltarei mais e mais vezes. Esse é um bom exemplo de colocar a verdadeira “alma” no negócio.