Você já deve ter ouvido falar nos noticiários da TV ou visto nos jornais ou sites especializados em economia o termo spread bancário. Mas, você sabe o que esta expressão significa?
Entender o que é e como funciona o spread bancário é um passo importante para aprender como os bancos conseguem lucrar captando e emprestando recursos.
Neste post, você vai compreender um pouco melhor esta dinâmica e sua importância no mercado financeiro. Continue a leitura e confira:
O que é spread bancário?
Uma forma simples de explicar é por meio de um conceito bastante singular: a diferença entre os juros que o banco paga na captação de dinheiro e o quanto ele cobra para emprestar este dinheiro.
A expressão spread, ao pé da letra, pode ser traduzida como “espalhar” ou, em um significado que se aproxima mais de seu conceito na economia, “estender”. O spread bancário seria, portanto, a forma do banco estender os seus lucros, como veremos a seguir.
Como os bancos captam recursos?
Os bancos captam dinheiro por meio de vários instrumentos, como as aplicações em poupança, CDB (Certificado de Depósito Bancário) e RDB (Recibo de Depósito Bancário), os depósitos em conta-corrente e investimentos diversos.
Vamos tomar como exemplo o CDB, cuja finalidade específica é a captação de recursos para que os bancos possam emprestar. Considerando que o CDB seja remunerado em 10% ao ano e o banco empreste o mesmo dinheiro captado, que está ao seu dispor, a juros de 40% ao ano, podemos dizer que o spread bancário é de 30%, já que seu cálculo é feito em pontos percentuais.
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Qual a rentabilidade dos bancos?
Não seria correto, simplesmente, afirmar que no exemplo anterior a instituição financeira teve um lucro de 30%. Existem certos custos que estão embutidos no spread bancário, e que impactam na rentabilidade dos bancos.
A cunha fiscal, ou tributária, refere-se aos impostos diretos (IR, IOF e CSLL) e também aos depósitos compulsórios, que são recolhimentos obrigatórios efetuados pelos bancos ao Banco Central, servindo como um instrumento do Governo Federal para controlar a economia.
No spread bancário também estão incluídas as despesas administrativas, que envolvem os custos com as agências e o quadro de funcionários. Há também o custo do risco, que é a provisão feita pelos bancos contra a inadimplência e o custo de captação, que tem como referência a Taxa Selic.
Assim, podemos perceber que o spread bancário não corresponde ao lucro dos bancos. Para simplificar, podemos afirmar que o lucro das instituições financeiras é o que sobra após a cobertura das despesas acima apresentadas.
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Por que o spread bancário é tão alto no Brasil?
Com certeza você já deve ter ouvido falar nos elevados lucros das principais instituições financeiras do país.
O spread bancário no Brasil está entre os mais altos do mundo, atingindo a casa dos 22,7% em junho de 2016. Não há erro em afirmar que a elevação do spread bancário está diretamente ligada às condições econômic0as do país.
Sua alta é acentuada em períodos de crise, quando a inadimplência é maior. Como vimos, a provisão contra devedores duvidosos é um dos componentes do spread bancário.
Uma vez que a SELIC é utilizada como piso para os juros dos bancos, a tendência de queda seguida pelo COPOM pode contribuir para a redução do spread bancário no país.
Fonte: Finanças Forever